terça-feira, 6 de março de 2012

Conheça alguns alunos que entraram na faculdades este ano de 2012!


Dos 46 899 alunos que apresentaram a sua candidatura ao Ensino Superior para este ano letivo, 42 243 conseguiram um lugar na universidade na primeira fase de candidaturas. Apesar da percentagem de entrada ser de 91%, menos 3349 candidatos entraram na faculdade quando comparado com o ano passado. Desde 2006 que esse número não diminuía: em 2006 entraram 34 860 alunos no Ensino Superior, em 2007 o número subiu para 41 938 e continuou a aumentar com 44 336 em 2008, 45 277 em 2009 e 45 592 em 2010. Nesta primeira fase, 26 321 alunos entraram no ensino universitário e 15 922 no politécnico. As candidaturas à segunda fase decorrem até ao final de setembro. Ainda há 11 938 vagas por preencher e os resultados são conhecidos a 6 de outubro.

Ana Elisa Teles entrou no curso com a média mais elevada do país. Está em Medicina na Faculdade do Porto, onde entrou com 18,7 valores. Com uma nota tão alta, alimentou a esperança de entrar no curso que queria. Não só conseguiu como entrou na primeira opção, no Porto, onde mora. "Está a ser muito bom... é saber que o nosso sonho é concretizado. Não há palavras para descrever", conta.

A aluna de 18 anos não quer perder tempo e a matrícula foi tratada no primeiro dia. "A minha nova vida começa para a semana". Ana Elisa não esconde a satisfação. Não podia ter corrido melhor e o empenho de anos de escola refletiu-se no acesso ao Ensino Superior. E as expectativas são altas. Sabe que vai entrar numa nova e importante etapa. Sabe que o curso de Medicina é bastante rigoroso. Sabe e está preparada para isso. "Estou à espera de algo muito bom", confessa.

Daniela Azenha tem também 18 anos e é de Coimbra. Com média de 15,5 valores, apesar de os exames nacionais lhe terem baixado a nota, tentou entrar no curso de Matemática Aplicada à Economia e Gestão do Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa. No ano passado, o último aluno a entrar tinha precisamente 15,5 valores. Mesmo com a média do curso a subir 0,5 valores por ano, Daniela decidiu não desistir da primeira escolha.

Não entrou na primeira opção, entrou na seguinte, no curso de Economia do mesmo instituto. A ideia é fazer o primeiro ano e tentar a transferência para a licenciatura desejada no próximo ano, já com as disciplinas comuns feitas. "Há algumas disciplinas em comum e se conseguir a transferência já não terei de fazer tudo no 1.º ano de Matemática", explica. Neste momento, a aluna recém-chegada ao Ensino Superior prepara a documentação necessária, tira fotocópias e coloca tudo direitinho para esta terça-feira fazer a primeira matrícula na faculdade. "É uma cidade nova, coisas novas, pessoas diferentes. É giro", diz.

Sara Gonçalves, de 18 anos, também de Coimbra, recebeu o email no sábado à tarde. As primeiras cinco opções tinham recaído no curso de Medicina, que este ano subiu a média, acabou por entrar na sexta opção em Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra com média de 17,5. Não entrou em Medicina, mas está na área de que gosta e num curso que já lhe despertava alguma atenção. "Não é, de todo, uma desilusão. Quero ver como é o primeiro ano. Se não gostar, para o ano tento a transferência ou volto a fazer os exames", afirma.

Agora é tempo para tratar da inscrição e de reunir a papelada necessária. Sara confessa que está um pouco ansiosa. O salto do Secundário para a faculdade não passa despercebido. Há diferenças para digerir. "Estou um bocado ansiosa para ver como é. Dizem que é preciso estudar muito mais do que no Secundário. Não sei... vamos lá ver como é", refere.

Vasco Veludo, de 18 anos, do Porto, entrou na terceira opção: Economia na Universidade do Minho em Braga. Não foi totalmente apanhado de surpresa e vai concorrer à segunda fase, onde a média é melhor do que o 15,26 da primeira fase, para então tentar entrar no curso de Economia na Universidade do Porto - a primeira opção. Espera conseguir. As expectativas são boas e Vasco ficou, de certa forma, "aliviado" por já ter um lugar assegurado no Ensino Superior.

Ana Priscila Gonçalves entrou na primeira opção, ou seja, no curso de Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, com 13,86 valores. A notícia, que chegou no sábado à tarde, foi recebida com muito entusiasmo - na segunda e terceira opções estava Enfermagem em Aveiro e Leiria. A aluna de, 17 anos, está ansiosa por começar mais um ano letivo, embora com algumas mudanças. "Acho que vai ser uma experiência interessante", confessa. Com tudo preparado, a inscrição vai ser feita no primeiro dia das matrículas.

Dos alunos que entram na primeira fase, 58% conseguem matrícula na primeira opção selecionada, 19% na segunda opção e 10% na terceira. A percentagem dos candidatos colocados na primeira fase aumentou em relação ao ano passado, em que a taxa foi de 88%. Mas em números absolutos, este ano entraram menos 3349 alunos na primeira fase do que em 2010. Metade dos cursos tem as vagas preenchidas, mas 17, de nove institutos politécnicos, não despertaram o interesse de qualquer aluno.

A crise económica, a ausência de um sistema eficaz de apoios sociais e a falta de investimento no setor educativo são os principais argumentos apresentados para explicar a diminuição de candidatos. "Os custos são realmente elevados e as famílias, nesta altura de contenção, têm grandes dificuldades em suportar estes custos. Parece-me que este tipo de situações, em tempo de crise, leva a uma diminuição de candidaturas ao Ensino Superior", sustenta, à Lusa, Eduardo Melo, presidente da Associação Académica de Coimbra, acrescentando que não existe "um sistema de ação social que consiga responder às necessidades do país".

Tiago Gonçalves, presidente da Associação Académica de Lisboa, concorda e lembra o corte de 8,5% no orçamento das universidades. "É natural que, como se tem verificado nos últimos anos, as propinas aumentem e a qualidade do ensino piore", refere à Lusa. "As universidades não têm capacidade para dar um ensino de qualidade a toda a gente e, além disso, as famílias cada vez menos têm condições para trazer os seus jovens ao Ensino Superior, porque não há condições de ação social para que isto aconteça", acrescenta.

Medicina continua no topo
Medicina continua a ter as notas de entrada mais altas. Nos dez cursos com notas mais elevadas, Medicina ocupa os quatros primeiros lugares, com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto à cabeça com uma média de 18,63, seguida do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar com 18,55 de média. Bioengenharia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto surge em quinto lugar com 18,28 e Arquitetura da Universidade do Porto em décimo com 17,95. Medicina conquista ainda o sexto e sétimo lugares das licenciaturas com notas mais altas. A nota mínima de entrada neste curso subiu um valor: no ano passado Medicina teve 17,82 como nota mínima de entrada e este ano o último aluno a entrar tinha 18,02. Os principais cursos de Medicina já não têm vagas disponíveis para a segunda fase.

Direito, Ciências Sociais e Comércio conquistaram o maior número de alunos, seguindo-se a área de Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção com mais de nove mil colocações. Saúde aparece logo a seguir com cerca de 7500 entradas. Agricultura foi a área menos procurada com 706 entradas e 500 vagas ao dispor para a segunda fase.

O curso de Direito da Universidade de Lisboa tinha 450 vagas e foram todas ocupadas. O curso de Direito em regime pós-laboral da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa é o que ficou com mais vagas por preencher, ou seja, 132, seguindo-se o curso de Engenharia Eletrotécnica e Telecomunicações do Instituto Politécnico de Lisboa com 85 lugares ainda disponíveis. Do lado oposto, estão os cursos de Enfermagem do Porto, Coimbra e Lisboa, que preencheram 100% das suas vagas. A Escola Superior de Hotelaria do Estoril tem 99% das vagas preenchidas e a Universidade de Coimbra 97%.

A Universidade do Porto continua a ser a instituição de Ensino Superior que mais alunos vai matricular, num total de 4130, atingindo os 99% de colocação. A Universidade de Coimbra fica nos 96%, enquanto a Universidade Técnica de Lisboa coloca 3533 alunos, seguida de perto pela Universidade de Lisboa com 3453 estudantes para matricular.

Entrar com negativa
Há, no entanto, cursos com notas de entrada negativas. O último aluno a entrar no curso de Relações Públicas e Comunicação da Universidade dos Açores tem 9,86 valores. Na Universidade do Algarve, há vários cursos em que última nota não chegou aos 10 valores, como o de Património Cultural, Artístico, Histórico e Arqueológico, o de Ciências da Educação e da Formação, o de Línguas e Comunicação, o de Biologia e ainda o de Sociologia em regime pós-laboral. Na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, os cursos que não conseguiram ultrapassar o 10 na última nota de acesso são o de Filosofia em regime pós-laboral e o de Sociologia. Na Universidade Técnica de Lisboa, as médias negativas estão nos cursos de Sociologia em regime pós-laboral, de Gestão de Recursos Humanos pós-laboral e de Administração Pública e Políticas do Território pós-laboral.

Na Universidade de Coimbra, há um único curso com média negativa: o de Geografia com 9,8 que tem 17 vagas ainda por preencher. Na Universidade de Évora tem também apenas um caso: o curso de Agronomia com 9,5 e oito vagas por ocupar. O mesmo acontece na Universidade Nova de Lisboa no curso de Engenharia Geológica com 9,6 e sete vagas disponíveis para a segunda fase. E na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, com o curso de Engenharia Florestal com 9,9.

Na Universidade do Minho, em Braga, há três cursos que não chegaram ao 1o mas andaram lá perto: Estudos Culturais pós-laboral, Geologia pós laboral e Estudos Portugueses e Lusófonos. Na Universidade de Aveiro, na Universidade de Lisboa, na Universidade do Porto e na Universidade da Madeira não houve notas de entrada negativas.

Se você tem o sonho de entrar em uma faculdade não desista, estude que irá conseguir!!

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